Diario de um Puto
Nasci puto. Quando estou com um cliente decente, limpo, nao feio, que fode bem, eu curto, gosto de olhar a foda pelo espelho, beijo de verdade...
Acho que dai vem o meu sucesso, muitos clientes se sentem tao bem e a vontade, acreditam naquilo, tornam-se fixos, e sao esses que pagam minhas contas, os fixos.
Gosto de ver-me bonito, desejado e sensual. Eh o garoto feio que cresceu e se transformou num homem sexy. Mesmo ja tendo passado dos 30 ainda aparento 20 e poucos, sorte, mix de genetica india, negra e branca. Alto, longilineo, sorridente, faco do limao minha deliciosa caipirinha. As vezes sai azeda ou forte demais, da ressaca, mas nada que uma noite de sono nao cure.
Claro que eu preferia ter uma profissao, horario, rotina, unifome, mas a vida me trouxe ate aqui e eu entrei em cena por opcao. Que fique bem claro que nao faco nada obrigado, nenhum dinheiro vale a minha saude ou dignidade. O personagem C.S. existe para proporcionar ao ator uma vida melhor no futuro.
Aceito que muitas das experiencias vividas em cena serao levadas pra vida real. Algumas boas e outras, quase todas, ruins. Mas essa foi a minha opcao e depois de um ano exercendo tal funcao, nao me arrependo.
A vida eh como um cartao de credito, de tempos em tempos vem uma fatura, e agora estou pagando o recibo de anos de arrogancia e desperdicio de grana. Dinheiro nao aceta desaforo.
Ser puto na cama nao significa ser melhor ou pior na vida, tento ser honesto, digno e bom filho.
Talvez seja dificil pra alguns entender como eu separo o sexo do psicologico. Sexo eh carnal, eh fisico e eu sou aquilo que sinto, que desejo, que sonho.
Paulo Coelho foi muito feliz ao escrever Onze Minutos. A pesar de nao gostar muito do final, acho muito obvio e romantico, meio Hollywood, entendo as opcoes e os sentimentos de Maria. Mesmo tendo eu mesmo ido atras da prostituicao, no caso dela nao foi assim, os sentimentos sao os mesmo, e coincidentemente conseguimos separar sexo e alma.
Eu sempre fui Puto
Oi querido amigo, volto a lhe dizer mais uma vez: se vc está nesta por dinheiro, somente dinheiro, te digo que outra profissão, qualquer outra por mais simples que seja, seria muito mais lucrativa. Já que para vc só conta o dinheiro coloque na balança e veja se vale a pena. Como scort boy você corre mil riscos: de ser assassinado, agredido ou humilhado por um cliente doido, de se ser pego pela polícia, de preconceito por parte de vizinhos, familiares e amigos, de ficar "velho" e fora de forma em poucos anos, de ser tratado como objeto, usado e descartado, etc, etc. Já passei por tudo isso e sei como é. Devido a minha profissão eu tinha que viver num submundo, me afastei da família, me envergonhava de dizer que era scort, já fui ameaçado e humilhado por cliente, a polícia já me estorquiu, me ameaçou. E pior de tudo. O dinheiro que eu ganhava não me dava felicidade. Eu me sentia infeliz e com o bolso cheio da grana. Saí dessa e fui trabalhar em outra coisa. Tudo mudou. Fiz amizades bacanas, minha família me acolheu e meu dinheiro, pouco, rendeu como nunca. Hoje tenho casa, carro, roupas, não sou rico mas vi que posso ganhar meu dinheiro sem me arrebentar por dentro, sem correr tantos riscos. Mas, olha, já te disse, não te condeno, te admiro e me vejo muito em você. Sou seu fã!
ResponderExcluirObrigado anonimo!!
ResponderExcluirVejo que voce passou por uma barra bem pesada.
Felizmente eu nao estou nessa. De qualquer maneira pretendo dedicar mais dois anos a esse "oficio".
Estou poupando para o investir no futuro. Nao se preocupe que por enquanto os riscos estao controlados...
Abs